TEXTO EM CONSTRUÇÃO
May, Rollo. - O homem à procura de si mesmo. Tradução Aurea Brito Weissenberg. 19ª edição. Vozes, Petrópolis, 1993.
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Outros Contos é um lugar em que encontramos toda sorte de livros. Há tempo Élvio vem procurando pelo autor Rollo May. Ei-lo aqui referenciado. A tarde de 14/12/2017 nos fora propícia ao encontro.
Aos poucos a curiosidade aguça minha mente. Adentro seu conteúdo. O sumário me leva às partes:
I- Nosso Dilema
II- A redescoberta do self
III- As metas da integração
Percorro folha a folha. No prefácio o autor Rollo May já nos diz:
"Uma das poucas alegrias da vida numa época de ansiedade é o fato de sermos forçados a tomar consciência de nós mesmos". (pág.9) ... ademais
"Esta obra não pretende substituir a psicoterapia... Nem é um manual para autodidatas... e que
"todo bom livro é uma obra de aperfeiçoamento pessoal, ajudando o leitor, que ali vê sua imagem e experiências projetadas, a estudar sob nova luz os seus problemas de integração". (pág.10)
Percebo que buscamos num livro, principalmente quando se trata de psicologia, psiquiatria, algo que nos leve a um encontro pessoal e solução para casos pendentes dentro de nosso ser.
Capítulo I - A solidão e Ansiedade do Homem Moderno (págs.13/38)
Já encontrara em Viktor Frankl o tal VAZIO EXISTENCIAL; agora em título, letra grande - GENTE VAZIA - problema fundamental do homem , em meados do século XX, é o vazio. (pág.14).
Assusta-me, pois percebo que a data de copyright é de 1953 e que T.S. Eliot já escrevia em 1925 o que segue - pág. 16:
Somos homens vazios
Somos homens empalhados
Uns nos outros apoiados
Cabeça cheia de palha, ai!
Forma sem feitio, sombra sem cor,
Paralisada força, gesto sem ação...
Estou apenas iniciando o estudo que pretendo levar avante. As páginas me reservam expectativas tantas, que a releitura se fará necessária tantas vezes.
Não há como deixar de passar por cima das colocações do autor. Aqui vejo na página 22 que "o ser humano não pode viver muito tempo no vácuo. Se não estiver evoluindo em direção a alguma coisa acaba por estagnar-se; as potencialidades transformam-se em morbidez e desespero e eventualmente em atividades destrutivas".
Percebemos que nos distanciamos uns dos outros; jovens não acatam ordens; casais se distanciam ante discussões tolas e infundadas. Daí na mesma página, Erich Fromm observa que nos submetemos a "autoridades anônimas", ao invés das autoridades eclesiais ou das leis morais. Vejo a tristeza do nosso tempo aqui. Chegamos ao ponto em que o apóstolo Paulo alerta que haveria tempo em que o amor se esfriaria.
"Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará" - Matheus 24:12
Assim, os "homens "empalhados" acabam por tornar-se ainda mais solitários, por mais que se apoiem nos outros, pois gente vazia não possui a base necessária para aprender a amar" - pág. 29
Alarmante contudo o que o autor descreve logo a seguir. Tenho de registrar na íntegra:
"Quando uma nação é presa de insuportável crise econômica e se encontra vazia psicológica a espiritualmente, o totalitarismo surge para preencher o vácuo e as pessoas vendem a liberdade pela precisão de livrar-se da ansiedade demasiado intensa". ... e continua "quando um grupo sofre continua ansiedade sem tomar medidas eficazes, seus membros, mais cedo ou mais tarde, voltam-se uns contra os outros". (pág. 31)
Realmente é o que estamos vivenciando em dias atuais. Por todos os cantos há um distanciamento e uma falta de entendimento pairando no ar. Por qualquer coisa perde-se o desejo pela convivência. Quando não a vida passa a valer bem pouco.
Ao final do capítulo I, o autor nos diz sobre a finalidade central da obra, qual seja: "reforçar a consciência de nós mesmos, encontrar forças integradoras que nos permitam resistir, apesar da confusão que nos rodeia". (pág. 38)
Capítulo II - As Raízes da Nossa Doença - págs 39/66
Capítulo III - Tornar-se Pessoa - um empreendimento - págs. 69/97
Capítulo IV - A luta para Ser - págs. 98/117
Capítulo V - Liberdade e força interior - págs. 121/
Capítulo VI - A consciência criativa - págs. 145/
Capítulo VII - Coragem a virtude da maturidade - págs. 186/
Capítulo VIII - Homem, o que transcende o tempo - págs. 211/
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